O varejo pet vai mudar? Fusão entre Cobasi e Petz reacende debate sobre concentração no varejo pet
Especialista em Direito Empresarial analisa os possíveis impactos jurídicos e econômicos da operação no mercado varejista brasileiro

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a fusão entre Cobasi e Petz, duas das maiores redes de varejo pet do Brasil. A união cria um conglomerado com cerca de 500 lojas e faturamento estimado em R$ 6,9 bilhões, consolidando uma posição dominante no setor. Para a advogada Daniela Correa, especialista em Direito Empresarial com forte atuação no varejo, a decisão do Cade sinaliza uma confiança na competitividade do mercado, mas também acende um alerta para os pequenos e médios empreendedores do setor. “A fusão sem restrições indica que o Cade não identificou riscos imediatos à concorrência. No entanto, para os pequenos varejistas, isso representa a necessidade de se adaptarem a um novo cenário, onde a diferenciação e a especialização serão fundamentais para a sobrevivência e o crescimento”, afirma Daniela.
Apesar da consolidação das gigantes, o mercado pet brasileiro continua a oferecer oportunidades para empresas menores que apostam em nichos específicos, atendimento personalizado e produtos diferenciados.
Redes regionais como a Petland, que opera em várias cidades brasileiras com um modelo de franquias, têm se destacado ao oferecer experiências de compras personalizadas e serviços exclusivos. Além disso, pet shops independentes que investem em produtos naturais, orgânicos e serviços especializados, como acupuntura e fisioterapia animal, têm conquistado uma clientela fiel. “A chave para os pequenos negócios está em entender profundamente seu público-alvo e oferecer algo que as grandes redes não conseguem replicar facilmente, como um atendimento mais próximo, conhecimento especializado e envolvimento com a comunidade local”, destaca Daniela.
A advogada também enfatiza a importância de uma gestão jurídica eficiente para esses empreendedores. “Ter contratos bem elaborados, políticas de compliance e atenção às normas regulatórias pode ser um diferencial competitivo, além de proteger o negócio de possíveis litígios”, conclui.