Fusão entre Petz e Cobasi pode ser travada pelo Cade
Acordo depende ainda da aprovação do Cade para se concretizar, mas órgão vê riscos na concretização do negócio
Por Samia Malas
Desde o seu anúncio em 19 de abril de 2024 o mercado está com as expectativas a mil para saber quando e se a fusão entre as duas gigantes e então concorrentes, Cobasi e Petz, de fato, ocorrerá. Tanta demora trouxe até uma desconfiança do mercado em relação à conclusão efetiva do acordo, que faria com que se criasse uma empresa líder no mercado pet brasileiro, com 15% de market share. E o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem dado sinais de que pode não aprovar o negócio. Assim, convencer o Cade a viabilizar a transação é um desafio que as duas gigantes têm enfrentado.
O motivo do órgão ter adotado esta posição é que ele avalia riscos para o ambiente concorrencial no setor. No entanto, segundo o site panoramapetvet.com.br, para tentar driblar este argumento, as empresas têm alegado que seus maiores rivais não são outras redes físicas, e sim marketplaces como Mercado Livre, Shopee e Alibaba. Aliás, a fusão das duas empresas é vista por Zimerman como essencial para lidar com a força que os marketplaces ganharam nos últimos anos. Segundo divulgou o site NeoFeed, Zimerman afirmou em vídeo conferência que a fusão não resultará em qualquer tipo de controle do mercado pet, muito menos quando se trata de estabelecer preços.
Mesmo com tal argumento, segundo a coluna Painel, da Folha de São Paulo, a estratégia pode não prosperar. Isso porque técnicos da Superintendência-Geral do Cade revelaram que menos de 1% das vendas desses marketplaces são de produtos voltados para pets. E esse critério de avaliação pode pesar contra a aprovação da operação.
O acordo prevê uma criação de uma plataforma pet nacional, com 494 lojas e um comércio online forte. A nova companhia já nasce com receita bruta de quase R$ 7 milhões e terá Paulo Nassar, da Cobasi, como CEO e Sérgio Zimerman, fundador da Petz, como presidente do conselho administrativo.
Desde a assinatura do memorando, o acordo entre Petz e Cobasi já passou por algumas modificações, como a divisão dos acionistas; os da Petz receberão 52,6% e os da Cobasi 47,4% ao invés dos 50% cada que estava previsto.
Fontes: NeoFeed, Insigth, panoramapetvet e Folha de São Paulo