Cuidados na alimentação em filhotes de Psitacídeos

Essa fase da vida exige cuidados particulares para garantir a saúde do animal
Neste artigo iremos abordar um tema muito importante para criadores, lojistas e tutores de psitacídeos, aves pertencentes à família Psittacidae, representadas pelas araras, periquitos, papagaios, entre outras aves bastante populares e requisitadas entre os amantes desse pet com penas.
Um dos traços mais marcantes dessa família é o formato do bico, cuja base é larga, e a ponta é fina e afiada. Ele é usado principalmente para quebrar sementes e cascas de frutos. Entretanto, quando são filhotes, não conseguem ingerir alimentos sólidos e um maior cuidado com a alimentação é necessário.
Afinal, como deve ser feita a alimentação manual desses filhotes?
Alimento ideal
Diversas papas para filhotes de psitacídeos são vendidas no mercado. E são alimentos completos, desenvolvidos para alimentação dos filhotes do nascimento ao desmame. Tais papas também podem ser usadas para alimentação de aves doentes e convalescentes.
A papa apresenta boa digestibilidade devido a presença de enzimas digestivas, bom balanceamento entre os nutrientes, vitaminas e minerais, prebiótico e probiótico que ajudam na instalação da flora intestinal benéfica.
Essa forma de alimentação também auxilia no melhor desenvolvimento da ave e em seu comportamento. Psitacídeos criados com alimentação fornecida manualmente pelo tratador, costumam se aproximar mais dos proprietários e se desenvolvem como animais mais mansos e receptivos com humanos.
Como ministrar?
A papa é a melhor opção para alimentar aves filhotes, porém, é necessário saber administrá-la corretamente, caso contrário, pode causar problemas sérios de saúde ao animal. Primeiramente, é preciso se atentar à quantidade fornecida por refeição, que deve ser equivalente a 10% do peso vivo do animal. Assim, devem ser feitas pesagens regulares para ajustes da quantidade fornecida de acordo com o ganho de peso.
Algumas aves, mesmo com o papo cheio, ainda costumam demonstrar interesse pelo alimento, porém, não é recomendado dar mais do que o necessário, pois há risco de regurgitação e inalação do alimento, podendo ocasionar em graves problemas respiratórios nelas.
Durante a primeira semana de vida, deve-se oferecer de seis a oito refeições por dia, diminuindo gradualmente até chegar a três refeições ao 40° dia de vida do animal, dependendo da espécie.
Uma papa nova deve ser feita a cada refeição, sempre em temperatura ambiente ou um pouco morna, tomando cuidado para não estar quente demais e queimar o papo do filhote. Para evitar o risco de contaminação, é muito importante a limpeza criteriosa de todo o material de preparo e fornecimento da papa, como tigelas, sondas e seringas. A papa pode ser administrada por seringa ou sonda, diretamente no papo do animal.
Cuidado com o manejo
Muitos dos problemas enfrentados com filhotes estão relacionados com a alimentação, em especial o manejo incorreto e a qualidade duvidosa do alimento. A administração do alimento deve ser feita de maneira cuidadosa, sempre se atentando a temperatura correta da papa e o local de administração, tendo cuidado para que a ave não broncoaspire o alimento. Além disso, é importante se atentar a qualidade da papa fornecida, comprando sempre de marcas conhecidas e recomendadas pelo médico-veterinário especializado na área, observar a data de validade do produto e fazer novas papas a cada alimentação, para que não corra o risco do alimento estragar.
Consulte o vet
Podemos concluir que filhotes de psitacídeos são animais sensíveis e que precisam de cuidado redobrado no fornecimento de alimentos de forma manual. O ideal é sempre levar o animal para uma consulta em um veterinário especializado em aves, para que o mesmo possa recomendar a melhor opção de papa e a melhor forma de administrar o alimento sem riscos ao filhote. Seguindo a recomendação veterinária, o animal tem mais chances de se tornar um adulto saudável.
Por:
Birds&Cia/NIAAS
Colaboraram para este artigo as acadêmicas de Medicina Veterinária e estagiárias da Birds&Cia/NIAAS Mariane Barbosa, Ângela Azevedo, Alexia Liu, Beatriz Araújo, Mariana Fontes, Rafaela Ribeiro, Thainá Gonçalves e Msc. Felipe Bath CRMV-RJ 8772